O turismo é um dos setores mais importantes da economia no mundo todo, sendo responsável, inclusive, por estimular resultados positivos em outras áreas.
Dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) projetam que, em 10 anos, o turismo vai gerar uma receita equivalente a 11,4% da economia mundial.
Segundo o Relatório de Impacto Econômico do WTTC, o setor deve contribuir com US$ 16 trilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) dos países e criar 449 milhões de empregos no período.
No Brasil, o impacto econômico do turismo também é expressivo. Somente em 2023, de acordo com o Ministério do Turismo, o setor injetou R$ 752,3 milhões na economia, o que corresponde a cerca de 8% do PIB brasileiro.
Os resultados positivos, especialmente após a pandemia de Covid-19, estimulam o setor a planejar os próximos passos e incentivar o desenvolvimento dos negócios.
Diante deste cenário e com o objetivo de alavancar o turismo no Brasil, impulsionando a economia por meio da geração de emprego, renda e inclusão social, foi lançado o novo Plano Nacional de Turismo (PNT).
Além de estabelecer as diretrizes para o desenvolvimento do setor nos próximos três anos, o documento também foi elaborado visando transformar o Brasil no principal destino da América do Sul para turistas.
Agora, vamos conhecer mais sobre os objetivos desse documento e as oportunidades que surgem com esse planejamento.
Plano Nacional de Turismo
Lançado na 8ª edição do Salão do Turismo, o Plano Nacional de Turismo foi elaborado por diferentes segmentos do setor e contou com a participação ativa dos membros do Conselho Nacional de Turismo (CNT).
Aprovado por decreto no dia 12 de agosto de 2024, o PNT tem a função de ordenar e orientar as ações governamentais e o uso de recursos públicos para o desenvolvimento do setor até 2027.
O Plano Nacional de Turismo também foi estruturado com foco na sustentabilidade e na inclusão social. A Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), foi tomada como base para o documento.
Metas do PNT
O PNT apresenta algumas metas para o desenvolvimento do turismo nos próximos três anos.
O objetivo principal é tornar o Brasil líder na recepção de turistas na América do Sul, tendo o turismo como vetor do desenvolvimento sustentável e da geração de emprego e renda.
O Plano Nacional de Turismo também estabelece como metas:
- Aumentar de 93 milhões para 150 milhões o número de viagens nacionais;
- Elevar de 2 milhões para 3 milhões o número de postos formais de trabalho no setor;
- Superar a marca de 5,9 milhões para 8,1 milhões de turistas internacionais que visitam o país, com o desafio de chegar a 10 milhões até 2027;
- Aumentar para 400 o número de municípios turísticos (nas categorias A e B), no Mapa do Turismo Brasileiro;
- Aumentar para US$ 8,1 bilhões a receita anual gerada por visitantes internacionais.
Desenvolvimento
As ações e metas do PNT são elaboradas a partir de 10 pontos. São eles:
- Desenvolvimento sustentável e ético;
- Redução das desigualdades;
- Geração de emprego e renda;
- Qualificação profissional;
- Investimentos em infraestrutura;
- Promoção e apoio à comercialização;
- Desburocratização e modernização;
- Foco na competitividade e inovação;
- Fortalecimento da gestão descentralizada;
- Metas quantitativas ambiciosas.
Oportunidades
Além de ordenar e orientar ações de desenvolvimento, o Plano Nacional de Turismo também traz tendências e oportunidades para empreendedores do setor.
A partir delas, é possível traçar planos e estratégias para a oferta de produtos e serviços que correspondam a essas demandas.
Vamos descobrir mais sobre as oportunidades destacadas pelo PNT.
Turismo regenerativo
O respeito pela natureza e cultura local estão na base dessa modalidade, cujas atividades procuram impactar o mínimo possível no meio ambiente.
Turistas que buscam essas viagens costumam assumir o compromisso com a conservação e a regeneração dos ecossistemas naturais do país.
Bleisure (viagens de negócios e lazer)
As viagens de negócios são um importante vetor do turismo e deram origem a essa tendência.
O bleisure é a união das palavras em inglês “business” (negócios) e “leisure” (lazer). O termo reflete a disposição dos turistas em mesclar atividades fora do local de trabalho habitual com opções de diversão.
Turismo de experiência
Essa é uma tendência que deve ganhar ainda mais força nos próximos anos. Nessa modalidade, os turistas buscam emoções e experiências únicas, que se transformem em memórias inesquecíveis após a viagem.
No turismo de experiência, os viajantes estão dispostos a interagir com o ambiente, o contexto local e as pessoas, gerando, inclusive, aprendizados. Quer saber mais sobre o turismo de experiência? Acesse o nosso artigo sobre essa tendência.
Roteiros flexíveis
Os turistas têm valorizado mais a espontaneidade e isso faz crescer a busca por roteiros flexíveis.
Ao invés de um planejamento detalhado, esses viajantes preferem deixar espaço para surpresas e dicas de locais, adaptando os roteiros a partir delas.
Viajando de forma independente e econômica, os turistas que optam por roteiros flexíveis procuram conhecer o maior número possível de lugares.
Turismo do sono
Outra oportunidade mencionada pelo PNT é o turismo do sono, que cresce junto com a consciência das pessoas sobre a saúde e o bem-estar.
Neste segmento, destinos oferecem atividades voltadas para o descanso e noites reparadoras, algo que atrai a atenção, inclusive, da população local.
Mais tendências
Além dessas oportunidades, o Plano Nacional de Turismo também destaca outras tendências, como:
- Viagens com propósito;
- Slow travel;
- Nomadismo digital;
- Turismo urbano;
- Turismo de luxo;
- Destinos inspirados pela mídia;
- Turismo musical;
- Experiências gastronômicas como motivação principal das viagens;
- Foco em experiências “refrescantes”;
- Viagens de trem;
- Viagens durante a baixa estação;
- Turismo de esporte;
- Astroturismo;
- Afroturismo.
Fortalecimento do setor
A partir das metas e tendências descritas no Plano Nacional do Turismo, ações do governo e da iniciativa privada podem ser pensadas para alavancar ainda mais o setor, que já contribui significativamente para a economia do país.
Além dos benefícios econômicos, como geração de emprego e renda, o PNT surge como uma referência para os negócios, capazes de auxiliar no fortalecimento do turismo brasileiro.
Micro e pequenas empresas de turismo devem se preparar para aproveitar as novas oportunidades destacadas no Plano Nacional de Turismo.
Investir em qualificação, práticas sustentáveis e inovação é essencial para atender às demandas de nichos emergentes, como o turismo regenerativo e de experiência.
O Sebrae pode auxiliar com consultorias e programas de capacitação, ajudando esses negócios a se adaptarem e crescerem nesse cenário promissor.
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