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Turismo responsável: conheça a definição e as práticas desse conceito

Entenda o papel do ESG dentro no setor de turismo

Publicado em
22/05/2024 16:01

Tempo de
leitura: 7min

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Entenda o papel do ESG dentro no setor de turismo

Temos visto, nos últimos anos, conceitos como sustentabilidade e governança serem aplicados nos mais diferentes setores.

No turismo, inclusive, iniciativas que desenvolvem essas ideias mais a fundo têm ganhado espaço e conscientizado as pessoas sobre boas práticas ambientais, sociais e de gestão.

A sigla ESG, que combina essas condutas que buscam reduzir impactos negativos no meio ambiente e na sociedade, orienta as atitudes de muitos negócios e está alinhada ao conceito de turismo responsável, termo que também ganha popularidade e adeptos entre as empresas e profissionais do setor.

Vamos conhecer um pouco mais sobre o turismo responsável e entender como ele se relaciona com as práticas ESG.


 
 


 

ESG: uma sigla, três áreas

Antes de passarmos para o turismo responsável, é importante sabermos mais sobre a sigla ESG e como as práticas orientadas por ela passaram a influenciar diferentes setores, entre eles, o turismo.

ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance, que, traduzidas para o português, correspondem a Ambiental, Social e Governança.

Esse conceito surgiu em uma publicação da organização Pacto Global, em 2004, e ganhou destaque a partir de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

A sigla é utilizada para se referir ao conjunto de práticas que representam os compromissos dos negócios com questões ambientais, sociais e de governança corporativa.

As letras

E – Environmental (Ambiental): refere-se a medidas de responsabilidade ambiental que podem ser adotadas para diminuir os próprios impactos e promover a sustentabilidade;

S – Social (Social): diz respeito a questões que focam nas necessidades das pessoas e têm reflexo no meio social, como voluntariado, diversidade, inclusão, desenvolvimento e cuidados.

G – Governance (Governança): engloba as boas práticas administrativas, como transparência, lisura, combate à corrupção e estímulo à comunicação.

ESG e o turismo

Assim como os demais setores, o turismo também abraçou as práticas de ESG, não apenas para orientar a condução dos negócios da área, mas, também, demandado pela atenção que os consumidores de produtos e serviços passaram a dar para essas questões.

Para o turismo, o ESG é importante para:    

  • Contribuir para a preservação do meio ambiente;    
  • Gerar oportunidade de desenvolvimento para comunidades locais;    
  • Melhorar o relacionamento com investidores e parceiros de negócios;    
  • Atender a um novo comportamento dos turistas.

O que é o Turismo responsável?

Mais recentemente, surgiu um conceito que abarcou todas essas preocupações e foi, rapidamente, adotado pelo setor: o turismo responsável.

Como o próprio nome destaca, o turismo responsável está relacionado a uma mudança de mentalidade para levar às pessoas a responsabilidade sobre as próprias ações e as dos outros.

Esse conceito não serve para demonstrar uma segmentação de mercado, mas sim para ampliar o entendimento e conscientizar sobre os impactos que práticas de negócios, profissionais do setor e turistas podem ter sobre as questões social, ambiental e de governança.

O turismo responsável envolve:     

  • Meios de hospedagem;     
  • Agências de turismo;     
  • Transportadoras;     
  • Restaurantes;     
  • Prestadoras de serviços;     
  • Guias de turismo;     
  • Eventos e atrações;     
  • Comunidades locais.

Quais os benefícios do Turismo responsável?

O entendimento sobre o conceito de turismo responsável pode proporcionar uma série de benefícios, entre eles:     

  • Conservação do patrimônio natural e cultural;     
  • Desenvolvimento econômico de populações locais;     
  • Valorização dos destinos e das pessoas que nele vivem;     
  • Redução da geração de lixo e dos gastos com água e energia;     
  • Contribuição para um turismo mais justo e inclusivo, que respeita os direitos humanos e a diversidade cultural;     
  • Representar um diferencial competitivo em relação à concorrência.


 
 


 

Lugares melhores, pessoas melhores

Um ponto essencial do turismo responsável é o estímulo ao desenvolvimento de comunidades locais.

Essa vocação se conecta à valorização dos patrimônios culturais e mostra, tanto aos profissionais do setor quanto aos turistas, que é fundamental desenvolver sem causar impactos negativos à natureza e às pessoas que vivem ali.

Antes de tudo, o turismo responsável foca nos habitantes de uma região e na melhora do lugar para a comunidade. Depois, vem a preocupação em tornar os lugares melhores para receber visitantes.

O benefício às comunidades, seja ele econômico, social e/ou ambiental, nunca fica de fora desse conceito.

O turismo responsável se relaciona, nesse aspecto, com o turismo de base comunitária, também norteado pelo compromisso de práticas mais justas e responsáveis.

Turismo em Capivari

No Alto Jequitinhonha, o distrito de Capivari, no município de Serro (MG), é um exemplo do tipo de turismo que discutimos até aqui.

A autonomia da comunidade local e a preservação das riquezas naturais e culturais da região estão no centro da iniciativa desenvolvida nesse território.

Um dos agentes responsáveis pelo projeto turístico é a agência Andarilho da Luz, que começou desenvolvendo parcerias com famílias do distrito para a criação de pousadas domiciliares.

A iniciativa serviu para melhorar a qualidade de vida da população ao incluir os habitantes no mercado turístico, dando autonomia a essas pessoas.

As riquezas naturais são atrativos da região de Capivari, onde está localizado, inclusive, o Parque Estadual do Pico do Itambé, com cachoeiras, cursos d´água e vegetação diversificada.

Outro componente da região é o patrimônio cultural, pelo fato de ser uma comunidade quilombola com certificação federal.

Imersão com redução de impactos

No distrito de Capivari, o turismo é explorado de forma a causar o mínimo possível de impactos negativos na comunidade e no meio ambiente.

A preocupação em promover a subsistência e a capacitação dos moradores garantiu, primeiro, a melhora da comunidade para, depois, preparar o lugar para os turistas, que, hoje, fazem uma imersão no modo de vida das pessoas que ali habitam.

Os turistas têm uma experiência imersiva na cultura local, além de serem influenciados a refletir sobre a responsabilidade que a presença e as ações deles têm para a manutenção dessa realidade.

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