Por se tratar de um item crucial dentro do giro dos negócios, sabemos o quanto é importante compreender e analisar os estoques. Contudo, é comum percebermos dificuldade em avaliar o quanto temos estocado em produtos ou matérias-primas.
Em uma visita ao nosso depósito ou almoxarifado, a informação obtida pela visualização do volume físico de mercadoria estocada nem sempre vem acompanhada corretamente de uma informação precisa de quanto dinheiro há, de fato, ali.
Isso traz peso à necessidade de termos zelo nos registros de entradas e saídas para uma correta valoração dos bens estocados. Aliado a isso, deve-se sempre ter em mente que más decisões de estocagem podem trazer impactos negativos nos negócios como, por exemplo, a perda de vendas pela falta de mercadorias ou o surgimento de um desequilíbrio financeiro e até mesmo falência, pelo excesso de estoque.
Registro de estoque: utilizar o custo de aquisição ou o preço final?
Para fins de registro, as normas contábeis determinam que os estoques devem ser avaliados por seu custo. Mas aqui um detalhe: quando dizemos custo, estamos nos referindo não apenas ao custo da aquisição, mas outros custos ali incorporados para que o bem esteja disponível futuramente para venda, como valores gastos em transporte e armazenagem.
Entretanto, como as mercadorias que fazem parte do nosso estoque são adquiridas em datas diferentes e, portanto, podem ter preços de aquisição diferentes, pode ficar a dúvida de qual valor utilizar. Contabilmente, preconiza-se que elas devem ser registradas pela metodologia do “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS)” ou pelo seu “Custo Médio Ponderado”.
Como funciona a metodologia PEPS e Custo Médio Ponderado?
Na metodologia PEPS, os produtos adquiridos ou produzidos primeiro devem ser lançados como saída em primeiro lugar, fazendo com que o custo dos itens presentes atualmente em nosso estoque esteja mais em linha com o valor dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente.
Já na metodologia do Custo Médio Ponderado, o custo de cada item em estoque é determinado pela média ponderada dos custos de aquisição ou produção de todos os itens de um período. Assim, nesse caso, o custo do que está estocado traz consigo não apenas o valor de produtos adquiridos ou produzidos há mais tempo, mas também daqueles adquiridos ou produzidos mais recentemente, ponderado em suas quantidades.
Existe uma terceira metodologia, o “Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS)”, que não é aceita para fins contábeis. Nela, as saídas que devem ser registradas primeiro são dos itens mais recentemente comprados ou produzidos. De maneira inversa ao PEPS, isso faz com que o valor registrado no nosso estoque esteja mais em linha com os custos mais antigos de aquisição ou produção.
Então tudo que foi dito significa que não daria para avaliar meus estoques pelo preço que irei vender cada um dos itens? Para fins contábeis, de fato, isso não seria possível. Porém, pensando em fins gerenciais e de tomada de decisão das áreas comercial e financeira, por exemplo, pode ser uma informação importante para análise o valor de venda de tudo que tenho em estoque. Isso nos daria uma noção do potencial de faturamento que podemos obter se todos aqueles itens estocados forem realmente vendidos.
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