O Brasil tem uma população com deficiência estimada de 18,6 milhões de pessoas com dois anos ou mais, o que corresponde a cerca de 9% dos habitantes nessa faixa etária.
Além disso, o país está envelhecendo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, de 2000 a 2023, a proporção de idosos na população quase dobrou, subindo de 8,7% para 15,6%.
Nesse período, o número de pessoas com 60 anos ou mais chegou a 33 milhões. Em 2070, o Brasil deve ter mais de 75 milhões de idosos, segundo estimativa do IBGE.
Mas, o que isso tem a ver com o turismo? Tudo! Assim como acontece em outros setores, negócios e destinos turísticos precisam ser planejados e preparados para receber todos os turistas, incluindo as pessoas com deficiência, os idosos e aqueles com mobilidade reduzida.
Acessibilidade e inclusão não devem ser vistas como obrigações ou meras formalidades. Além de representarem direitos, esses conceitos também trazem impactos econômicos positivos para as atrações e serviços.
Quando falamos, então, em turismo inclusivo, por onde começar? É o que veremos a partir de agora.
Turismo inclusivo: o que é?
Antes de avançarmos, é fundamental sabermos o que é o turismo inclusivo. Basicamente, esse conceito está relacionado às iniciativas que proporcionam experiências turísticas acessíveis e igualitárias.
Isso significa que os destinos, atrações e serviços devem eliminar barreiras e criar oportunidades para que todos os turistas, sem qualquer distinção, possam desfrutar plenamente de viagens.
O turismo inclusivo requer uma infraestrutura acessível de transporte, acomodações e das atrações turísticas. Além disso, os profissionais devem ser sensibilizados e treinados para prestar os melhores serviços aos viajantes.
Impactos positivos
Do ponto de vista social, o turismo inclusivo traz uma série de benefícios para os negócios e profissionais envolvidos.
Esse conceito é importante para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e que promove o respeito à diversidade.
Só que o turismo inclusivo também proporciona vantagens econômicas para destinos de negócios, gerando empregos e fortalecendo as comunidades locais.
Vale lembrar que acessibilidade e inclusão não beneficiam apenas pessoas com deficiência, mas também aqueles com mobilidade reduzida, temporariamente ou não; idosos e até famílias com crianças pequenas.
Práticas inclusivas
Para garantir experiências inclusivas e acessíveis aos turistas, destinos e negócios podem adotar práticas e políticas para que não haja qualquer limitação para os viajantes.
Algumas dessas práticas são:
- Criar ou adaptar acessos para pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção;
- Oferecer suporte às pessoas como corrimãos, rampas e barras de apoio;
- Adotar placas, letreiros e panfletos com informações visíveis, legíveis e em linguagem simples;
- Ter banheiros adaptados para as pessoas com deficiência;
- Facilitar o acesso a informações em sites, aplicativos e guias;
- Criar um ambiente acolhedor e acessível para todas as pessoas;
- Remover barreiras físicas que impeçam a livre circulação;
- Disponibilizar textos em braile e informações na Língua Brasileira de Sinais (Libras);
- Investir no treinamento dos colaboradores para oferecer um atendimento acolhedor a todos.
Vale lembrar que as práticas inclusivas são orientadas por leis e políticas públicas, entre elas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência (LBI).
Destinos brasileiros
O Brasil já conta com diversos destinos inclusivos e acessíveis, entre eles:
- Uberlândia (MG): a segunda maior cidade do estado oferece estruturas de uso público acessíveis, com rampas de acesso e calçadas adequadas, além de transporte público adaptado;
- Bonito (MS): a cidade tem opções de turismo de aventura e atrações adaptadas em meio à natureza para receber pessoas com deficiência;
- Foz do Iguaçu (PR): é considerado um destino pioneiro em turismo inclusivo. O Parque Nacional oferece uma trilha acessível aos frequentadores que desejam chegar às cataratas;
- Brasília (DF): diversos pontos turísticos da cidade são preparados para receber pessoas com mobilidade reduzida.
Oportunidades
Como já dito, o turismo inclusivo não deve ser encarado apenas como uma questão de responsabilidade social.
Práticas acessíveis e inclusivas também são estratégias de negócios, que atendem às necessidades dos turistas e promovem uma imagem positiva das empresas.
Entre as oportunidades proporcionadas pelo turismo inclusivo, estão:
- Ampliação do mercado a partir da oferta de serviços que atendem a um público diverso;
- Diferencial competitivo em um mercado cada vez maior e mais exigente;
- Fidelização dos clientes por proporcionar experiências positivas e inclusivas.
Por onde começar?
1 -Busque conhecimento
O passo inicial para garantir que o seu negócio esteja alinhado ao conceito de turismo inclusivo é a busca por conhecimento.
Saber mais sobre o tema, consumir informações e materiais sobre regras, programas e práticas asseguram que os direitos e as necessidades de todos estejam contemplados.
2 - Avalie as instalações
Em seguida, é importante fazer uma avaliação de acessibilidade das instalações, identificando as áreas que podem ser melhoradas.
Faça uma análise criteriosa e entenda, por exemplo, onde é necessário instalar uma rampa de acesso ou ter um banheiro adaptado.
3 - Proporcione treinamentos
Muitas práticas inclusivas exigem diferentes conhecimentos. Portanto, é fundamental oferecer aos colaboradores treinamentos e atualizações constantes.
Mais do que aspectos técnicos, esses treinamentos também devem focar na empatia e na linguagem inclusiva para um atendimento acolhedor.
4- Encontre parceiros
Organizações locais, como uma instituição de apoio a pessoas com deficiência, por exemplo, podem ser parceiras na implementação de práticas de turismo inclusivo.
Encontrar esses parceiros estratégicos garante que a acessibilidade e a inclusão sejam abordadas de forma significativa e genuína.
Promova a inclusão!
Algumas práticas inclusivas não requerem grandes investimentos financeiros, por isso, é importante fazer um planejamento e analisar com critério aquilo que pode ser oferecido ou adaptado.
Mais do que intenção, conhecimento e dedicação são essenciais para assegurar que todos os turistas possam aproveitar os destinos e as atrações plenamente.
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