A energia elétrica tem relação direta com a competitividade da indústria brasileira. Os equipamentos utilizados pelos negócios do setor, geralmente, demandam muito desse consumo.
Hoje, o setor industrial é responsável pelo consumo de 41% de toda a energia elétrica produzida no país. Isso coloca os gastos com esse insumo entre os mais elevados de uma indústria.
Diante desse cenário, a eficiência energética se apresenta como uma das principais necessidades do setor, especialmente das pequenas indústrias.
Para aqueles que buscam economia, uma alternativa é o Mercado Livre de Energia, que passou a ser possível para todos os consumidores de energia elétrica em alta tensão, também conhecidos como Grupo A, desde 1º de janeiro de 2024. A expectativa é que mais de 100 mil unidades consumidoras sejam beneficiadas.

Mercado Livre de Energia
O Mercado Livre de Energia é uma modalidade que dá aos consumidores a liberdade de negociar com os fornecedores de energia elétrica, escolhendo, assim, produtos e serviços que mais se adequam às necessidades individuais. Com isso, as distribuidoras intermediárias deixam de fazer parte do processo.
Nesse mercado livre, as indústrias podem, por exemplo, escolher o fornecedor de energia, desde que habilitado para prestar o serviço; negociar preços; prazos; e condições específicas, como forma de pagamento e fonte de geração.
Essa modalidade, também conhecida como Ambiente de Contratação Livre (ACL), é oposta ao mercado cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR).
No modelo ACR, os consumidores não têm a liberdade de escolher e compram energia de concessionárias de distribuição.
Como funciona?
Os consumidores livres compram energia de geradores ou comercializadores. Para isso, utilizam contratos bilaterais e condições negociadas.
Cada unidade consumidora de energia paga uma tarifa regulada, referente ao serviço de distribuição feito pela concessionária local, e o preço pela compra da energia, que é negociado em contrato.
No mercado livre, empresas fornecedoras disputam os clientes nesse ambiente competitivo, o que incentiva a redução dos preços e a melhoria do atendimento.
Quem pode entrar nessa modalidade?
O Mercado Livre de Energia existe, oficialmente, desde 1995. Desde então, essa modalidade foi colocada à disposição dos consumidores de maneira gradual.
Antes, apenas grandes consumidores, com demanda contratada superior a 500 quilowatts (kW) podiam entrar no ambiente de contratação livre. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), esse grupo tem contas de energia em torno de R$ 140 mil.
As regras mudaram no início de 2024 e passaram a beneficiar, especialmente, as pequenas e médias empresas que contratam energia de alta tensão.
De acordo com a portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia, hoje, todos os consumidores conectados em alta tensão podem comprar livremente energia elétrica.
Ao receber esses novos grupos, o Mercado Livre de Energia passa a ser uma alternativa para os pequenos e médios negócios, que têm contas estimadas em cerca de R$ 10 mil, como, por exemplo, padarias, restaurantes, supermercados, hotéis e pequenas indústrias.
Aqui, é importante frisar que essa possibilidade não está disponível para residências, que têm um consumo de baixa tensão.

Vantagens
Para as pequenas indústrias, que passaram a ter direito ao ambiente de contratação livre, a modalidade traz algumas vantagens. As principais são:
Economia
Comprar livremente energia elétrica pode trazer uma redução de custos para a indústria, uma vez que ela é a responsável pela escolha do fornecedor a partir das necessidades e condições negociadas.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) mostra que, nos últimos 20 anos, os consumidores do mercado livre têm obtido descontos acima dos 20%, em média, nos custos com energia elétrica.
A associação ainda destaca que esse desconto passou a ser maior nos últimos anos, por conta do aumento das tarifas reguladas e queda nos preços do mercado livre.
Competitividade
Economia nos custos de energia representa, também, uma vantagem competitiva para a pequena indústria.
Quando os custos diminuem, os preços que são repassados aos consumidores que adquirem produtos ou serviços também caem, estimulando a competitividade do negócio.
Além disso, a qualidade da energia fornecida no mercado livre reduz os riscos de queima de equipamentos, algo que também beneficia na competitividade.
Previsibilidade
No ambiente de contratação livre, podem ser firmados contratos de longo prazo, vantagem que permite à indústria prever os custos com a compra de energia sem qualquer interferência.
Sustentabilidade
No mercado livre, o consumidor pode optar por energia elétrica de um fornecedor que ofereça uma alternativa limpa e renovável.
A escolha da fonte de geração favorece a sustentabilidade em um cenário global de transição energética.
Oportunidade para as indústrias
O Mercado Livre de Energia não representa apenas uma oportunidade de economia para as pequenas indústrias.
Também permite que elas sejam mais competitivas no mercado, considerando os custos reduzidos.
Mas, antes de fazer a migração para essa modalidade, é importante buscar todas as informações sobre essa viabilidade com empresas especializadas nesse mercado.
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