Existe um princípio na gestão financeira de uma empresa que é separar as finanças do negócio das finanças pessoais dos seus proprietários. É o chamado princípio da Entidade.
Sendo um dos princípios fundamentais da Contabilidade, o princípio da Entidade foi instituído pela Resolução 750/1993 do Conselho Federal de Contabilidade, que diz que não deve se confundir o patrimônio de uma sociedade ou instituição com aquele de seus sócios ou proprietários.
Mesmo com a revogação de tal resolução em 2016, entende-se que os princípios estão diluídos em outros pronunciamentos contábeis desse Conselho.
Mas a realidade mostra que em boa parte das empresas brasileiras, esse princípio acaba não sendo respeitado. E em diversas situações. Até mesmo em algumas que parecem uma boa oportunidade. A empresa recebeu uma oferta de um crédito com taxas menores de juros, justamente no momento em que o proprietário necessita de recursos para realizar um objetivo pessoal.
O que fazer então? Seguindo o que determina o princípio da entidade, não utilizar o recurso. Para que possa realizar o objetivo pessoal, o proprietário deve buscar uma fonte de financiamento em seu nome. Mas é difícil resistir à tentação!
Realização do empréstimo na conta da empresa para objetivos pessoais: Como proceder?
A saída é minimizar as consequências desta decisão. E isso deve acontecer em duas frentes. A primeira frente é a contábil. É preciso verificar com o contador da empresa a forma legal de registrar a entrada do recurso e também a saída do mesmo para o sócio. Uma possibilidade é fazer uma antecipação de distribuição de lucros. Mas para tal a empresa precisa ter registrado lucros.
Também é necessário cuidar da parte financeira. A empresa precisará pagar as parcelas do empréstimo. Isso precisa ser previsto no fluxo de caixa. Gerencialmente também é importante enxergar essa despesa não como uma despesa da empresa e sim do sócio. Ela deve se acoplar às demais retiradas feitas pelo sócio ao longo do mês.
Mas é importante frisar que essas medidas são somente ações paliativas para evitar uma confusão completa entre as finanças da empresa e dos sócios. O mais indicado é separar totalmente as mesmas! Em qualquer circunstância!
Dúvidas? Fale com um de nossos especialistas no Atendimento Online, ligue para nossa Central de Atendimento no telefone 0800 570 0800 ou visite a Agência de Atendimento mais próxima.