A eficiência operacional é uma característica do setor de supermercados no Brasil. Segundo a Pesquisa de Eficiência Operacional da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), em 2023, o índice de eficiência foi de 98,13%.
Esse resultado evidencia o nível elevado das operações nas lojas, mas também mostra que ainda há perdas a serem resolvidas. O mesmo levantamento aponta que a ineficiência operacional chegou a 1,87% no período.
Perdas são traduzidas como prejuízos para os supermercados, o que significa que, apesar dos bons resultados, sempre é possível combater essas falhas para melhorá-los.
Entre os produtos perecíveis, por exemplo, o maior índice de perdas foi registrado entre frutas, legumes e verduras (5,83%). Já entre os não perecíveis, os itens de higiene e perfumaria são responsáveis pela maior ineficiência operacional (0,88%).
Mas, será que todas as perdas em um supermercado podem ser identificadas? Como agir para colaborar com o aumento do índice de eficiência operacional? Vamos ver tudo isso agora.
Perdas: definição
As perdas podem ser definidas como a diferença entre aquilo que consta no sistema com o que realmente está no estoque do supermercado.
Elas podem ocorrer a qualquer momento dentro da loja, seja no recebimento do produto, armazenamento, manuseio, gôndolas ou, até mesmo, no caixa.
Os motivos de perdas considerados mais comuns são:
- Falhas administrativas;
- Defeitos de equipamentos ou inconformidades no armazenamento;
- Falta de sistema e medidas de segurança;
- Ausência de rotinas pré-estabelecidas na loja;
- Erros de contagem no estoque;
- Descuidos no manuseio dos produtos;
- Falta de controle da rede de fornecimento.
Para facilitar a identificação dessas perdas, elas costumam ser classificadas em dois grupos.
Perdas conhecidas
Chamamos de perdas conhecidas aquelas que podem ser identificadas diretamente e quantificadas.
As perdas conhecidas também são chamadas de operacionais, pelo fato de serem ocasionadas por erros em processos que fazem parte da rotina de um supermercado.
Esse tipo de perda pode ser subdividido, ainda, em categorias.
Por Quebra
Aqui, são contabilizadas as perdas causadas por avarias durante o manuseio, transporte e armazenamento dos produtos.
São, em geral, itens amassados, quebrados e rasgados.
Por Perecibilidade
Essa categoria engloba as perdas ocasionadas pela deterioração de produtos frescos, que costumam ter prazos de validade mais curtos.
Por Vencimento
São os produtos perdidos por ultrapassarem o prazo de vencimento antes mesmo de serem vendidos.
Por Controle de Qualidade
Perdas também podem ocorrer quando os produtos não atendem aos padrões de qualidade, sejam eles determinados por órgãos oficiais ou pela própria loja.
Por Devoluções
Itens devolvidos pelos clientes também são classificados como perdas, uma vez que não podem ser revendidos.
Nessa categoria, as perdas por devoluções podem acontecer tanto por conta de defeitos quanto por insatisfação do consumidor.
Por Exposição Prolongada
Há, ainda, as perdas de produtos sensíveis, como alimentos congelados e refrigerados, que são expostos a condições inadequadas por períodos prolongados.
Perdas desconhecidas
Os supermercados também podem sofrer as chamadas perdas desconhecidas, aquelas que, apesar de ocorrerem ocasionalmente, não podem ser previstas.
Geralmente, essas perdas estão associadas a discrepâncias de inventário ou questões de segurança.
As perdas desconhecidas também são subdivididas em alguns grupos, como mostraremos a seguir.
Por Furtos Internos
São consideradas perdas desconhecidas aquelas que são ocasionadas por furtos internos, cometidos por funcionários de um supermercado.
Por Furtos Externos
Da mesma forma, outra categoria de perda desconhecida é a dos furtos externos, que são cometidos por clientes ou outras pessoas que não fazem parte do quadro de colaboradores da loja.
Por Erros Operacionais
Perdas decorrentes de falhas em processos operacionais, como precificação, sistema de inventário ou recepção de mercadorias.
Por que evitar perdas?
Como já mencionado, perdas são prejuízos para os supermercados, portanto, têm impacto direto nos resultados do negócio.
Mas, esse não é o único motivo para evitá-las. Pensando em alimentos, por exemplo, agir contra perdas também evita o desperdício desses produtos.
Antes de perder itens frescos ou próximos do vencimento, uma loja pode:
- Utilizá-los em produção própria;
- Fazer promoções e reduzir os preços;
- Aproveitá-los no refeitório da empresa;
- Realizar vendas de produtos fracionados;
- Doar os alimentos para instituições e/ou programas sociais.
Melhorando a eficiência operacional
Para evitar perdas e, consequentemente, melhorar a eficiência operacional de um supermercado, outras medidas podem ser adotadas, como por exemplo:
- Inventários periódicos;
- Softwares de gestão;
- Treinamento de colaboradores para prevenção de perdas;
- Definição de metas e planos de ação;
- Comunicar a importância da prevenção de perdas em jornais e murais internos;
- Adotar um código de ética e moral orientado pelas prevenções;
- Fazer concursos e premiar os melhores desempenhos.
Percentual de perdas
Um dos indicadores que podem ajudar nesse controle é o percentual de vendas. Para o cálculo, você deve considerar:
- Valor das perdas a preço de custo;
- Faturamento bruto.
Então, o índice é calculado a partir da seguinte fórmula:
Prevenção
Investir na prevenção de perdas é fundamental para melhorar os índices de eficiência operacional em um supermercado.
É claro que é praticamente impossível zerar as perdas que acontecem na rotina da loja, mas cabe aos profissionais agirem para que elas sejam as menores possíveis.
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