Em situações de empréstimos e compras parceladas, é comum procurarmos saber qual a taxa de juros da operação e se o valor da parcela cabe no nosso orçamento antes de fechar negócio.
Mas, ao olhar para esses itens, não nos atentamos para o custo efetivo total, que é o custo real da operação, geralmente escrito bem pequenininho. Um detalhe: muito provavelmente, ele será superior à taxa anunciada!
Quer saber mais sobre isso e por que acontece? Continue a leitura do artigo e fique de olho nas taxas para se planejar financeiramente da melhor forma. Bora ver!
O que é custo efetivo total?
Então, quando falamos em custo efetivo total, quer dizer que naquele comercial da TV, o veículo que tanto quero e que está sendo anunciado com taxa de juros igual a zero pode ter um custo efetivo total maior que zero? Exato!
A grande verdade é que existem pequenas armadilhas que podem nos levar a gastar mais do que esperamos... custos escondidos que precisam ser revelados! Mais do que isso, precisam ser compreendidos! Então vamos lá.
Por custo efetivo total, estamos nos referindo a todos os eventuais custos e despesas que incidem sobre uma operação de crédito. Isso significa dizer que, por exemplo, se estou buscando um empréstimo de R$ 10.000,00, irei pagar de volta esse valor acrescido de alguns custos e despesas.
A empresa precisa me informar sobre o custo efetivo total?
É importante lembrar que o cliente tem o direito de ser informado sobre cada um desses valores. Normalmente, essa informação aparece sob a sigla CET, iniciais de Custo Efetivo Total.
Quais os valores são cobrados a mais do cliente?
Esses valores adicionais são, geralmente, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), seguros e taxas, que podem ser cobrados do cliente.
O IOF é um imposto federal, encargo obrigatório incidente sobre operações de crédito, que varia de 0,38% a 3,38% do total da operação em um empréstimo ou financiamento.
Também é comum a cobrança de seguros, que garantem o pagamento da operação em caso de desemprego ou morte do titular, e taxas, sendo a mais comum a TAC – Taxa de Abertura de Crédito.
A TAC ainda é cobrada por alguns agentes como uma taxa para realizarem pesquisas sobre a situação de crédito do tomador do empréstimo ou financiamento. Assim como os seguros, não é uma cobrança obrigatória.
Por isso, vale ficar de olho se essas cobranças estão sendo feitas, pois irão encarecer a operação como um todo.
Qual um exemplo real de custo efetivo total?
Por falar em encarecer a operação, vejamos um exemplo real de um empréstimo para capital de giro cotada em um grande banco.
O tomador precisava buscar em torno de R$ 100.000,00 para trazer algum fôlego ao fluxo de caixa da empresa. Foi informado que a taxa era de 1,49% ao mês e que a mesma poderia ser quitada em 36 parcelas iguais de R$ 3.713,17.
Contudo, se aplicamos a taxa informada ao capital de R$100.000,00 encontramos uma parcela de R$ 3.609,22. Então, o que explica essa diferença de mais de R$ 100,00 em cada parcela?
Bom, nessa operação está sendo cobrado IOF de 0,38% (R$ 380,00) e um seguro de 2,5% do total do crédito (R$ 2.500). Portanto, não estamos falando de uma operação de crédito de R$ 100.000,00 mas sim de R$ 102.880,00, é sobre este último valor que aplicamos a taxa de 1,49% ao mês para calcular a parcela.
Muito cuidado: como tomador do empréstimo, você só irá se beneficiar dos R$ 100.000,00 pedidos, mas irá pagar por R$ 102.880,00. Nesse caso, o CET ficou em 1,66% ao mês, bem superior ao informado. Como dito, vale o cuidado, mas também pesquisa para que sempre encontremos o menor custo efetivo total.
Resumindo, considerar o custo efetivo total é fundamental para tomar decisões financeiras responsáveis e bem informadas. O CET abrange não apenas os juros, mas todos os encargos e despesas associadas a uma operação de crédito ou investimento.
Ao levar em conta o CET, temos uma visão completa do impacto financeiro de uma transação, o que permite avaliar de maneira mais precisa a sua viabilidade e compará-la com outras opções disponíveis no mercado.
Dessa forma, podemos evitar surpresas desagradáveis, garantindo uma gestão financeira mais consciente e eficiente, capaz de promover maior estabilidade e prosperidade em nossas finanças pessoais ou empresariais. Então, fique de olho no custo efetivo total, combinado?
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