Como anda a sua saúde? Tudo bem? Check up em dia, exames com índices dentro dos valores de referência para sua faixa etária? Pois bem, e a saúde financeira da sua empresa? Os dados financeiros estão dentro do esperado? Sabe como fazer o check up para acompanhar se os índices também estão de acordo com as expectativas? Está usando os remédios certos para sanar os principais males?
Uma empresa pode ter diversos objetivos, mas de forma geral, o lucro é o principal indicador de resultado. Por isso, é muito importante apurá-lo todos os meses, pois uma empresa que não gera lucro não sobreviverá por muito tempo. O lucro é a diferença entre as receitas e os gastos (custos e despesas) de uma empresa, portanto, para apurá-lo, de forma simplificada, precisamos fazer a seguinte conta:
Entendendo como o lucro é calculado fica claro que, para melhorá-lo, você precisa aumentar as receitas ou reduzir os gastos, de preferência, fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Portanto, ao criar uma estratégia com foco em resultado você deverá avaliar em que ela ajudará a melhorá-lo no aumento das receitas ou redução dos gastos.
Por exemplo, sabendo que sua empresa faturou R$50.000,00 no último mês, tendo realizado vendas para mil clientes, o resultado é um ticket médio de R$50,00/cliente (R$50.000,00 / 1.000 clientes). Com essas informações, uma forma de melhorar seus resultados é atraindo mais clientes. Para fazer 200 vendas a mais, você precisará investir R$500,00 com impulsionamento nas mídias sociais e reduzir seus preços em 10% para ficar mais competitivo que seus concorrentes. Como saber se essa estratégia valerá a pena? Ou seja, se irá melhorar seu resultado?
A única forma de descobrir é projetando os resultados conforme abaixo. Neste exemplo, vamos considerar o Custo da Mercadoria Vendida (CMV) como 50% do faturamento no mês atual e o gasto fixo como R$20.000,00. Assim teremos:
Veja que, neste caso, o lucro passaria de R$5.000,00 para R$3.500,00, ou seja, uma redução de 30%, logo a estratégia não traria uma melhoria no resultado, mesmo com o aumento do faturamento. Isso porque ao dar desconto no preço de venda sem ter comprado mais barato, você reduziu sua margem de contribuição, além de ter aumentado seu gasto com publicidade, e o volume vendido não foi suficiente para cobrir esses aumentos de gasto.
Por isso é importante avaliar os resultados de forma mais profunda ao invés de se limitar a avaliar a variação do faturamento. Para fazer esse acompanhamento e manter as finanças em dia, há vários instrumentos de gestão financeira disponíveis. Um dos mais simples de usar, mas bastante completa, é a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Com ele, você compreende, com precisão cirúrgica, quais atividades trouxeram melhores resultados e quais trouxeram prejuízos e, a partir dos indicadores, entende se a empresa está saudável ou se precisa de uma UTI.
A DRE também é imprescindível para o repasse de informações à Receita Federal, já que é por meio dela que órgão verifica se os impostos foram calculados corretamente e se os lucros declarados estão corretos. A Demonstração também pode ser solicitada por instituições bancárias, por exemplo, para liberar uma linha de crédito.
Como ferramenta gerencial deve ser gerada todo mês para possibilitar o acompanhamento em doses homeopáticas dos indicadores de sucesso. Pode ser interessante contar com a ajuda de um contador ou outro profissional especializado para auxiliá-lo, principalmente nos primeiros momentos ou, pelo menos, um software de gestão financeira. A equipe do Sebrae é sua parceira neste e em outros momentos do seu check up. Se ainda não usa a DRE, comece agora mesmo.
Os dados são disponibilizados na DRE como entradas (+) ou saídas (-) e podem incluir despesas variáveis, gastos com pessoal, contribuição social e muitos outros, com as devidas adaptações de acordo com o seu ramo de negócio ou de como está organizado o seu setor financeiro.
Como realizar análise da DRE?
Há duas formas básicas:
- vertical: é feita comparando um item com o outro. Por exemplo, verifica-se o percentual de cada custo comparado à receita bruta. Assim, é possível identificar como o item está impactando no resultado líquido da empresa.
Exemplo de análise vertical, com o impacto dos custos na receita.
- horizontal: a comparação aqui é de um mesmo item em diferentes momentos.
É analisada, por exemplo, a evolução, o aumento ou a diminuição de custos em um determinado período. Para garantir o monitoramento frequente, recomenda-se na DRE a análise horizontal mensal. Assim, é possível saber como anda a produtividade da empresa.
Exemplo de análise horizontal, em que é possível perceber o crescimento do resultado bruto:
Não é só o número em si que conta nessa balança. Nunca se esqueça de fazer uma análise global dos exames e interpretar o que eles representam para o seu negócio como um todo. Um ponto importante que precisa ser verificado para o uso da DRE é a diferença entre o Regime de Caixa e o Regime de Competência. Esses regimes também são imprescindíveis para a saúde da sua empresa.
- Regime de Caixa: o registro do lançamento contábil (entrada ou saída) é feito na data de pagamento ou recebimento, ou seja, o material adquirido é contabilizado dentro do mês em que foi pago.
- Regime de Competência: é o inverso, o registro é feito na data em que o evento ocorreu. Os valores são contabilizados dentro do mês do fato gerador, ou seja, quando a venda foi realizada, por exemplo. Não interessa, nesse caso, quando o material será pago. Para a DRE, normalmente é usado o Regime de Competência, já que o Regime de Caixa não conta com as depreciações.
Uma estrutura sã é importante para manter um corpo são e com a DRE você consegue isso: precisão e organização na análise dos resultados econômicos do seu negócio. Use e abuse dessa ferramenta para a melhoria do seu planejamento e a busca da excelência da sua empresa.
Dúvidas? Fale com um de nossos especialistas no Atendimento Online, ligue para nossa Central de Atendimento no telefone 0800 570 0800 ou visite a Agência de Atendimento mais próxima.